Zé Celso: genialidade e travessia





em sua travessia pelo cerrado das Gerais, Riobaldo se entranha nas contradições entregues a Deus e o diabo que, para ele, está encarnado em Hermógenes, o homem responsável por tirar a vida de Diadorim, seu maior amor.


eu arriscaria dizer que Grande Sertão: Veredas é o nosso xodó brasileiro e as adaptações feitas para o teatro e o cinema fazem jus à delícia que é acompanhar a jornada do jagunço que narra com minúcia cada passo que dá, reconhecendo a sutileza do caminhar. 


Zé Celso, em sua genialidade, convoca a travessia de Riobaldo na peça “Fausto na Travessia Brasileira”, em cartaz em Salvador até 21/07. dr. Fausto, com a sede que tem de alcançar o conhecimento inominável, oculto, não revelado, se vê às voltas entre o paraíso e o inferno. 


em um dado momento, é o próprio Zé Celso que precisa aparecer na tela ao fundo, apelando para Fausto: “já está no fim do segundo ato, você ainda tem tempo de perceber que paraíso e inferno é tudo criação da sua cabeça!”


em coro, o elenco canta e convoca a travessia de Riobaldo. e eis o encontro do mito alemão tão difundido mundo afora com a riqueza da nossa literatura brasileira. a peça é um deleite, vamos testemunhar essa maravilha!


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